
Ao Dr. Cruz Abreu
Eu sonhava! eu sonhava! Assim como falenas
Que o sopro da tormenta espanta em revoadas
As minhas ilusões tão puras, tão serenas.
Fugiram-me uma a uma, à toa dispersadas...
Eu sonhava! eu sonhava! Adeus risos doirados
Devaneios de amor, suaves pensamentos!...
Adeus ! no meu passado eu vejo-vos tombados,
Murchos como os rosais dos fortes ventos !..
Ilusões! Ilusões! oh! borboletas da alma!
Voltai de novo! Sim! trazei-me a calma
De meus sonhos!...Tornai oh! loucas peregrinas!...
Mas não! É tarde! Adeus... Na minha fonte pensa
Cai-me um crepe sombrio, essa tristeza imensa
De um amor que se esb’roa em lúgubres ruínas !
Pethion de Villar
Poesia Completa - 1975
Nenhum comentário:
Postar um comentário