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sexta-feira, 15 de abril de 2011

PASSADO


Sobre a amplidão desta água, em noites que passaram,
olhos no alto, a seguir as estrelas em bando,
eu escutei do Mar as canções que ficaram
por toda a minha vida em minha alma cantando...
Eu deixara na Terra olhos por mim chorando...
Foram mágoas cruéis as que me apunhalaram!
A terra era a alegria... Era a ventura... Ah! Quando
eu a perdi de vista, os meus olhos choraram...
E cismei: – é o passado essa longínqua praia
que foge mais e mais, e se perde, e desmaia
no longínquo horizonte, ao nosso triste olhar...
E vamos sem parar pela viagem da vida.
Porém, quanto maior é a estrada percorrida,
mais torturante na alma é esta ânsia de voltar.


Tasso da Silveira

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